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13 de set. de 2010

Analisando online. (2)

Letra de hoje: "Múmias", da Biquíni Cavadão.

Primeiro: essa música não é da Legião Urbana nem do Renato Russo.

Bom, vamos lá.

Começarei pelo refrão:

"Errar não é humano
Depende de quem erra
Esperamos pela vida
Vivendo só de guerra".

Humano, aqui, no sentido de compassivo. Há pessoas que não são humanas, não são bondosas e portanto erram sempre, não por ser um ser animal racional, e sim por não ter compaixão. Nós esperamos pela vida, ou seja, esperamos viver, de verdade, com energia, com luta, com respeito e aguardamos uma melhora, sempre, mas o que encontramos é só guerra. Aqui a guerra é no sentido de discórdia.

O título da música faz uma referência a nossa sociedade que não evolui, que esta mortificada pela própria.

"Nós viemos a reboque
E esse mundo é um grande choque".

Reboque aqui é nó sentido figurado. Nós viemos a contragosto.

A composição mostra um conteúdo irônico nessa parte: "Bem aventurados sejam aqueles que amam essa desordem".

Ou seja: bem aventurado seja esse povo que enfrenta uma batalha a cada momento para sobreviver, ao que trabalha para garantir sua existência e sofre. Parece que quanto mais a pessoa sofre trabalhando, menos ela é recompensada, deveria ser o contrário.

Toda essa massa que está exaustivamente esgotada de tanta desordem, injustiça, mas que se acomoda a cada nova situação desgastante, aceita vivenciar aquilo que lhe é determinado. Não temos escolhas, e quem pensa em mudar e fazer alguma coisa é a minoria. A humanidade deseja paz, uma convivência sem preconceitos, deseja união entre os países, entre os vizinhos, entre todos. Mas essa é uma realidade distante e que só vemos em contos de fadas.

O medo e a desigualdade continua fazendo parte no nosso mundo, mas de uma maneira diferente.

A música, com participação especial de Renato Russo:

6 de set. de 2010

Analisando online. (1)

Começo hoje uma nova série aqui no meu blog. Em, "Analisando online", eu escolho uma letra de música e faço a minha análise. Começarei com Sapato 36 (álbum - O dia em que a Terra Parou, 1977), do Raul Seixas, composta por ele mesmo.

Em Sapato 36, Raul Seixas expressa a diferença entre "pai e filho". O filho pensa diferente do pai, mas o pai não respeita isso e empurra o número 36, mas o filho calça 37. De um lado a liberdade, do outro a submissão; uma metáfora em relação a dor do sapato apertado, a dor da alma, da falta de autonomia.

"Dói mas no dia seguinte, aperto meu pé outra vez". O sapato, é o instrumento que a gente usa para caminhar... Também pode ser uma analogia com o "caminhar sozinho", com o "caminhar na vida", filosoficamente falando.

Um desabafo, um grito de liberdade e indignação à censura do pai em proibir as coisas ao filho.

"Pois eu já escolhi meu sapato, que não vai mais me apertar". Já escolheu o que vai fazer, e não se sentirá mais preso ao pai; sem apertar seus passos, sem impor limites. Em suma, a música expressa a liberdade e a falta dela, um grito de sufoco e vontade de fazer as coisas do próprio jeito, sem submissão.